sábado, 31 de maio de 2008

- Admirável mundo velho.

Acharam a essência perdida. Acharam o começo, a parte que faltava para começar o espetáculo de erros “Brasileiros”.
Escandalizaram o fato, a procura, o respeito a tudo que não respeitam. Como em um zoológico, um acervo de arte antepassada, um objeto considerado velho, quase inexistente. Um impacto.
"Encontraram uma tribo de índios que nunca tiveram contato com o homem branco!", saiu até no New York Times, e com a seguinte nota: "Uma civilização perdida!".
É tão notável o espanto, tanto quanto nossos avós se espantam com o funcionamento de um computador, um celular.
São selvagens, relíquias, produtos. E junto com os comentários, fotos que declaram a legítima defesa, o medo e a coragem.
É, o Brasil é o país da diversidade cultural. Não, não é. O Brasil nada mais é do que uma cópia antiga das coisas já inventadas, uma cópia barata e mal feita de uma civilização que "deu certo", nada mais do que uma caixa de coisas mal feitas e mal planejadas. Uma exploração contínua de riquezas naturais. Nada original, nem o samba é verdadeiro.
É tanta ignorância e submissão, julgar a desigualdade, com desculpas esdrúxulas sobre a miscegenação da raça brasileira, cujo esta "nem existe". O brasileiro é uma mistura de tudo. Mais uma desculpa para justificar nossa falta de identidade (ou a omissão desta).
Há quinhentos anos essa linha justifica nosso terror de Colonização. Expulsaram os verdadeiros donos, e querem que eles façam parte de um zoológico cultural. Raça pura, raça pura.
E tem até cota pra Índio nas Universidades, e quer saber, elas nem são ocupadas. Quantos deles são donos da sua própria terra?
Demagogia, pedir perdão depois de quinhentos anos. É inútil.
Vamos expor os únicos Brasileiros legítimos no Museu de Arte Brasileira (que copia a Européia, mesmo quando inventa um movimento "antropofágico"); vamos compor um samba para eles (mesmo o samba tendo origem Africana); vamos escrever um poema em sua homenagem (mesmo que nossa literatura, seja o plágio de uma evolução inexistente); vamos então, fazer uma marchinha de carnaval em seu nome (mesmo o carnaval sendo um prostíbulo a céu aberto, com data marcada para acontecer)...ah, já sei, vamos colocar o nome de um time de futebol em honra das relíquias humanas! (mesmo que isso sirva de política do "pão e circo" para que o povo se contente com diversão e esqueça que o mundo explode lá em cima).
Um Brasil que não defende os direitos de seu verdadeiro povo, e festeja os 100 anos de imigração Japonesa, que homenageia Portugueses, Espanhóis, Irlandeses, Italianos, Africanos e até Alemães; e só lembra do Índio no dia 21 de Abril ou então quando eles se manifestam a favor de terem alguma voz sobre seu próprio país; tem de ser abolido. Um Brasil hipócrita, que esquece sua origem, sua essência; tem de ser mudado.
Que se mate o desinteresse pela arte legitimamente brasileira, que se enterre o descaso com nossa essência, que se despreze um pensamento atrasado de ensinar nas escolas que "Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil", que se degole a ignorância de julgar os índios por lutarem por seus direitos como parte de uma sociedade.
Somos intrusos aqui, somos parte da cópia, condicionados a acreditar em toda aquela balela que aprendemos desde nossos 7 aninhos de vida. Falsificados pelos nossos pais, que também foram falsificados pelos nossos avós, que foram falsificados pelos nossos bisavós... A essência brasileira agora se resume dentro de um frasquinho da Natura. Comprem, e sintam-se legitimamente Brasileiros.

domingo, 18 de maio de 2008

-Simetria (In)completa.

Até que as palavras se acabem
Até que a respiração se intensifique
Até que as mãos se percam
Até que o corpo entorpeça
Até que os olhos se fechem
Até que a voz se cale
Até que a boca se afogue
Até que a mente se afaste
Até que o corpo pergunte
Até que o coração aceite
Até que a força se acabe
Até que o sangue se aqueça
Até que o mundo suma
Até que tudo comece
Até que tudo comece
Até que tudo comece...

sábado, 10 de maio de 2008

- Um dia, Nostalgia (sem sentido)

Nostalgia. Café. Cigarros. Risadas. Silêncio absoluto. Carinhos. Nada. Especiarias culinárias. Diversão. Tédio. Ressacas. Ressacas. Ressacas. Hoje. Ontem. Amanhã, ressacas. Madrugadas. Sol, Lua. Noites. Dias. Horas.Minutos. Frases. Músicas. Filmes. Ruas. Ruas. Avenidas. Praças. Dias, dias e mais dias. Noites e madrugadas. Vidas. Vidas. Sons. Desvios. Entradas. Saídas. Caídas. Triunfos. Alegrias. Tristezas. Mãos. Pés. Dadas. Cores. Amores. "Desamores". Vidas. Vidas. Sonhos. Metas. Futuro. O Passado. Sim. Não. Aqui. Lá. Mentiras. Verdades. Sonhos. Não. Sentido. Sem. Perdido. Está. Fim. Começo. Meio. Começo. Amizades. Não. Vidas. Vidas. Vidas. Elas se perderam por aí. Sobrou a saudade.