quarta-feira, 31 de março de 2010

- Em Russo.

Estou longe, estou em outra estação.
De qualquer forma quem volta sozinha pra casa sou eu
e de verdade, eu sou cruel comigo, meu corpo alimenta meus espíritos
meus espíritos libertam a minha mente.
transcrevo o que ele diz, por que faz todo sentido, pra mim, para ele.
estou longe, longe...
estou em qualquer estação.

domingo, 21 de março de 2010

Meta fora.

Hoje, ouvi alguém dizer que estava tramando contra o tempo.
É só uma frase, um efeito. O tempo me pegou na esquina. Mal sabia eu, o que me esperava na curva. O tempo me deu a chance de concretizar planos, e reiniciar outros, falir alguns.
O tempo tem me dado presentes incríveis, me trouxe num vento de março a sorte, e eu, que quase nunca acreditava na sorte, percebi que ela é como deus, ou talvez seja o próprio.
O tempo, a sorte, deus...essas coisas me fazem lembrar de quando eu ainda pensava no futuro como uma coisa tão longe, tão sólida.
Hoje também, ouvi outra frase, e faz todo sentido, achar que, tudo o que é sólido, pode derreter. E pode.
Vi tanta coisa derrter nesse vento de março, tanta coisa se esvair do meu cigarro. Esquece, agora é só a maturidade, só ela pode trazer de volta o que o vento levou, o que o cigarro queimou.
Eu detesto mesmo jogar um cigarro quase inteiro quando vem o ônibus, mas isso sempre, sempre acontece comigo. Às vezes eu jogo o cigarro, as vezes eu jogo a sorte. Mas não sei, será que tenho escolhido certo? O que vale mais, o cigarro inteiro, ou a pressa de chegar?

segunda-feira, 15 de março de 2010

- No sofá, no mim.

Sempre foi assim. Quase gêmeos. Quase um.
desde sempre, quase nunca.
mas, a gente sabia que, uma hora ou outra a separação era evidente, digo, a separação de corpos.
os caminhos se cruzam, mas não são paralelos. Se cruzam, mas não nos cruzam.
eu só penso nessa dor, do cigarro não dividido, do beijo não dado, do encosto não encostado, da revolta não compartilhada.
devia ter fumado mais, beijado mais, encostado mais, revoltado mais.
sem isso, o que vai ser? Sem nossos imãs, como vai ser?
sem seu afago, como vai ser?
sabe, detesto a solidão, detesto o silêncio, detesto estar longe, estar apenas comigo, por que eu sou tão cruel comigo, tão cruel.
como vai ser, querido, como vai ser?
Você lá, com a pop art e eu cá com minha fixação.
não fique longe, não se deixe longe, pode ir, mas se deixe aqui comigo, por que parece besteira, mas tão pouco tempo, é tão muito tempo.
não esqueça, antes de ir, te deixe no sofá.