segunda-feira, 15 de junho de 2015

Sacos.

Todo mundo vem ao mundo com um saco. Esqueçam as anatomias, todos vem com um saco. Pois bem, esse saco serve pra guardar nossas "coisas de dentro", mas que não cabem mais dentro. As "coisas de dentro" são todas àquelas que você produz no encontro com você mesmo. A partir do primeiro e do segundo cérebro, e também daquelas outras formas de viver. Acontece que tem gente que enche o nosso saco. Algumas pessoas transbordam seu próprio saco e, na ausência de ter outro recipiente guardador, começam a guardar suas "coisas de dentro" no saco dos outros. É evidente que diante disso, os sacos, ambos, ficam pesados demais pra serem carregados no caminho. Tem gente que é tão incapaz de seleção, que enche o saco de mais de uma pessoa no mundo, aliás, tem gente que precisa de dez, quinze, talvez até trinta sacos alheios pra depositar suas "coisas de dentro". Eu tenho piedade. Compaixão. Na verdade, as pessoas acumuladoras, tendem a não perceber que são sempre pesadas demais, carregam coisas demais. Pra essas pessoas, a solução é começar o processo mais difícil: juntar todas essas "coisas de dentro" e deixá-las em algum lugar onde existem pessoas com sacos vazios....como é aquela expressão popular?... fazer um "saco do pobre". Doar. Depois disso, vem a parte estranha que é ver o saco vazio, ser leve. Num processo desse você aprende que não é bom guardar tudo, não é bom recolher tudo o que vê, e não é bom ocupar o saco de outrem. As pessoas realmente não precisam guardar suas "coisas de dentro".