quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Neusa Sueli.

Neusa Sueli carrega seu corpo como se carregasse um saco de cimento.
Ela maquila seu rosto como se pintasse aquela boneca velha, àquela que ela nunca teve.
Neusa Sueli se ama, como ama um saco plástico jogado na rua.
Ela se vende como se vendesse balas no trem.
Neusa Sueli sofre, como sofreu um dia alguém como ela.
Ela fala a verdade como uma atriz de revista.
Neusa Sueli sente pena de si, como sente da mediocridade dos que a rodeia.
Ela fala com os outros, como se falasse com um empresário.
Neusa Sueli, faz negócios importantes todo dia, tão importantes como os cafézinhos pagos a quem finge que não vê.
Ela é tão importante quanto os anônimos, os indigentes.
Neusa Sueli, espera sua estrela, como Macabéia, mas não há estrelas para quem não sabe ver.
Ela fuma cigarros franceses, como os dos pedreiros, os civis.
Neusa Sueli, paga por um prazer e recebe por outro.
Ela foge, assim como os presos a cadeiras de rodas.
Neusa Sueli tem 29 anos, assim como a Suzana Vieira.
Ela é tão bonita, quanto as impurezas que pratica.
Neusa Sueli chora, como criança.
Neusa Sueli chora.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

- O som dos cubos de gelo.

É um som melancólico, aveludado, triste. Delineando as próximas reações. Colocando as palavras na boca de quem ainda pensa em não pronunciá-las.
O seu silêncio comedido, vai me fazendo gritar por dentro, acaba por me ensurdecer.
Vamos esperar nossa próxima parada, vamos aguardar onde seremos jogados pra fora um do outro. Qual será a próxima regra quebrada por infratores insanos, por mendigos de um amor de migalhas?
Temos recolhido os farelos que caem dos nossos corações cansados. E vivendo de restos, vivendo de meados, meros, apenas, só.
O veludo da música, é Etta eu acho, vem trazendo as memórias inventadas por nós, nossas vaidades de areia, nosso universo de vidros sem nenhuma transparência.
Que dia difícil tivemos hoje, e tudo que eu desejo agora é ter inspiração, pra que o meu silêncio faça algum sentido.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

- Pessoal.

Esses últimos textos breves, sintetizam minhas poucas palavras, a tantos acontecimentos breves.
O amor, retificando, não é tudo, com ele vem a ternura e a necessidade.
Tem sido tão pessoal esse café, acontece, que a vida se tornou uma fábula, e se mistura com os personagens. Esqueçam essa fase café, e esperem a nostalgia.

domingo, 2 de agosto de 2009

- Porcelain

Era de porcelana.
Tão frágil como minhas dores.
Tudo acaba, o amor não é tudo.