terça-feira, 29 de dezembro de 2009

- Cerveja Gelada.

Só pra constar, eu ainda fumo no banheiro social.
E estou farta de poemas rimados, cansados,ocos, típicos de quem não tem o que dizer.
Além disso, estou cansada de ter de usar pontos e virgulas pra separar o inseparável.
Olha, sinceramente, eu estou é cheia, de ter de escutar pessoas falando coisas que não querem dizer, e só dizem para mostrar um lado patético do que eles temem, do que eles odeiam, e querem ser.
Pode até ser dadaísta, anti-arte, mas eu acho o Chico Buarque incompreensível as vezes.
Acredito nas coisas que fazem sentido ser ser, sem fazer. Acredito nos poemas desconjuntados, nas palavras de amor grotescas, no ritmo mais "aritmado", eu acredito é na pureza do cínico, nas conversas de boteco, e que todas as cervejas, são, de fato iguais.
Eu quero sim, é um dia ter de fumar o cigarro mais barato, e talvez ter problemas de saúde. Mas e aí, quem pode mandar em mim, além de mim?
Eu quero é que se danem os undergrounds, os parasitas das vanguardas que não existem, eu quero é que se desiludam os que acham que são os primeiros ou os últimos a dizer, ouvir, ver ou ser alguma coisa. Eu quero é que as métricas, os sonetos, e as poesias ultraromânticas, vão pro inferno, porque elas não dizem nada, nada do que todo mundo já não saiba. Nada que uma boa noite de amor (ou sexo), não diga.
Eu quero é que Jack Kerouac enfie na sua magnitude intelectual - beat generation, toda a sua ignorância, porque o que ele diz, eu vejo todo dia, aqui na favela onde eu moro. É Sério, vejo todo dia, adolescentes bêbados, experiências sexuais, contrações filosóficas...
E, eu quero também, que as pessoas vejam, vejam. Que as pessoas entendam o valor de escutar uma música, e ela não ter nada a te ensinar, que ela apenas te faça sorrir, por que ela só existe pra te fazer sorrir. Que esse bando de gente chata, que nunca escutou uma boa música ruim pra se divertir, entenda que a vida é "ilógica", e as coisas podem ser alheias, e babacas, e não há problema algum nisso, porque todo mundo foi e é alheio, e consequentemente, babaca.
Eu estou dizendo tudo isso, porque, as pessoas só falam disso. Vegetarianismo, teatro alternativo, música alternativa, Chico Buarque,Cinema Brasileiro, Beat Generation, Stones...É uma baita falta de criatividade, todo mundo se julgando diferente dizendo coisas iguais, que, talvez elas nem gostem. Eu digo isso, porque se você vai a um boteco, dar risada e jogar conversa fora, você tem que aguentar as pessoas discutindo coisas, que outras pessoas são pagas para discutir.
Meu deus, vamos ser mais verdadeiros, mais felizes, mais bobos, mais humanos. Vamos ser "a gente" mesmo.
Eu acho, de verdade, que disse essas coisas, porque queria muito ter saído de casa hoje, e ido conversar com as pessoas sobre coisas idiotas e beber uma cerveja gelada, daí, é lógico, ninguém estaria disponível, hoje é segunda. E daí, é que eu tô aqui, em frente ao computador, tomando uma cerveja gelada. E trocando uma idéia com ele. E mais tarde, certamente vou terminar de ler o livro do Jack.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

- vinte e sete.

Não há renovação, nem renascimento.
Hoje, dentro de mim, há uma saudade
uma saudade do que eu queria ser
uma saudade de um amor, um amor que me nutria.
hoje em mim, há a presença, a presença de um lugar vazio, que vai sempre estar vazio
não importa o que eu peça a deus. Não importa o que eu deixe de pedir.
Não importam meus erros, nem meus acertos.
hoje, resta em mim, a cadeira vazia na cabeceira da mesa
hoje, resta o violão encostado na parede, sem movimento.
hoje, o toca fitas, não roda mais sons da viola caipira
hoje, a coxa do frango vai ficar lá, e a cerveja vai sobrar
hoje, o lado cheio da cama, fica vazio
hoje, o chinelo de tiras azuis, vai ficar parado no canto da sala
e o abraço protetor, não existe mais.
agora, é cada um por si, e deus, oras, deus por nenhum
hoje, o que sobrou pra mim, foi a falta.
a falta do que era "nós", a falta de mim.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

- Imune.

Solta, como uma palavra proferida,
Perdida, tanto quanto um pensamento confuso, daqueles que confundem o inconfundível
Racional, muito racional.
Apática, empática, simpática
Feliz, contemplada com a imunização do saber e existir, ser
Sentindo saudade do que ainda não partiu
Difusa, confusa, esperando uma escolha, um karma
Estou em fuso horário, estou no bom - senso, estou sensata!
Concisa, coesa, completamente desintegrada, fragmentada...porém unificada num desejo.
Ah, que furor, que fugaz, que adrenalina que corre nas minhas veias, que propósito inerente às minhas convicções
Que sonhos malucos, que palavras doidas, que vontade de sair e mostrar como é lindo, ser triste, feio, completo, "metamórfico"!
que liberdade, que nada, eu quero sempre ser presa à alguma coisa, aos meus conceitos e convicções
a liberdade é enganadora, é falsa, é ditadora, é simplista demais!
A liberdade é folha, é pedra, é areia.
Liberdade é fogo, é agua, é mar, é beijo.
Eu não, eu não sou, nem quero ser.
a liberdade não ama, a liberdade não quer amar
A liberdade vicia, é droga, é utopia, é conto...eu quero é deitar em algo que me queira acolher.
quero cair nas mãos de quem queira acariciar
A liberdade não se prende a ninguém.