quarta-feira, 29 de julho de 2009

- Eletrônica.

Quando trascende, a gente cai de amores.
Eu nunca tive uma secretária eletrônica, mas se tivesse, ela sempre estaria vazia.

domingo, 26 de julho de 2009

- Navalha.

Em meio a tantas contravenções, reclamações, censuras e críticas; finalmente vamos consolidar um sonho antigo.
Navalha na Carne (Plínio Marcos), será montada pela companhia (pequena e amadora estruturalmente, porém com uma ânsia enorme de teatrar e impressionar) Transcendências.
Estamos há quase dois meses estudando sobre a peça, decorando texto e aprofundando cada fala de cada personagem, e já notamos que agora vai!
É notável a nossa alegria em trazer à tona, tantas verdades enrustidas numa realidade tão explícita, e a vontade de concretizar essas cenas dolorosas em um único ato, é gigantesca.
De um jeito estranho, digamos até excêntrico, compomos cada passo, cada sentimento que essa peça tem a mostrar, é um longo caminho até a verdade, que é o que predomina em Plínio.
Enfim, só queria expor quão grande é a vontade, o desejo que temos, em voltar aos palcos com esse peso.
Agradeço desde já, a paciência de Roberto, nosso velho e querido amigo diretor e conversador, ao Thiago, que estréia no palco com muita originalidade e profundidade, numa peça de peso e desprovida de milongas e ao Willian, que apesar de faltar muito, vem mostrando outro lado de seu talento.
Que para nós, venham bons ventos, bons palcos e boas platéias. Que consigamos, depois de tantas tentativas (Anjo Negro e O Beijo no Asfalto), fazer acontecer o Teatro em carne viva, viva e vibrante. Que consigamos fazer renascer aquele espírito de quando tudo era novidade, uma novidade que mudou nossas vidas e rumos, que abriu nossa cabeça como se fosse uma explosão de realidade, há 4 anos atrás. Quando éramos crianças eufóricas por um pedaço de arte, de espaço, que nos foi oferecido com todo ardor, pelo Ouviver e professor Ulisses, o grande responsável por guiar cabeças e almas, por esse caminho tão espetacular, que a mentira consentida, a enganação digna.
Um abraço a todos, espero que esses votos mal escritos, se tornem fatos consumados.


ps: Satyros, nos aceite!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

- Nota três.

Ela atendeu o telefone no primeiro toque.
Mas desligou depois da primeira palavra.

domingo, 12 de julho de 2009

- Meros, apenas, só.

Tudo, engasgado, dedos.
Tudo, quer, sair, não, sai.
Quer, escrever, não, dá.
Quer, mentir.
Quer, falar, verdade, toda.
Quer, arrumar, ordem.
Preciso, abrir.
esses corpos que me fecham.
essas, caras, que, assustam.
essas, frases, que, me, matam.
sufocam.
preciso, de, mais, letras, alfabeto.
quer, voar, sair, de, dentro, de, mim.
quer, ouvir, coisas.
ver, outras.
não, faz, o, menor, sentido.
tudo, fragmentado, em, pequenas, desculpas.
tudo, virgulado.
assim, eu, me, acabo, em, suposições.
mais, eu, venha, espero.
não, pode, ser, apenas.
um.
uma, loucura, virtual.
apenas, isso.
me, perdi, no, que, acredito.
me perdi, no, que, conheço.
o, desconhecido.
eu, sou.
eu, vejo, muito, pouco.
quase, nada, do, que, gostaria.
do, que, existe.
Deus, eu preciso de um cigarro, preciso de ar.

domingo, 5 de julho de 2009

- Paradoxal.

Ainda insisto em uma ideia, meio paradoxal.
A tristeza a(s)cende minhas vontades e aptidões com as palavras, mas retira meu ânimo para que eu chegue até aqui. Em contrapartida, a alegria me ofusca, me torna convencional, aberta - Feliz - , porém certa, contida.
Adoro ser feliz, mas quando sou, me sinto apenas uma. A tristeza, me transforma em várias, em muitas, em grupo.
A tristeza me revela faces de mim, as quais são ocultas quando libero um riso.
Esses dias em que estive ausente, foram os mais felizes de minha vida, e esses, não possuem registros, pois são demodês, lindos, completos. Eles, por si, se poupam de comentários, e eu os obedeço, com um filho - exemplo.
O mesmo ocorre com as fotografias. Não lembro de fotos felizes, lembro das tristes, das nostálgicas. Os filmes tristes me marcam, os alegres, me fazem rir apenas. Estranha maneira de amar a tristeza. Estranho egoísmo, em se ver em várias quando se está triste.
Alegria é fácil, é simples, é sublime - eu diria - , mas é fato consumado. A tristeza é vaga, misteriosa, complexa e hostil. É a oportunidade que eu tenho, de descobrir de quê tenho medo, de quê me componho, quando componho.
Hoje, eu estou feliz, talvez seja esse motivo, pelo qual, esse fragmento se tornou tão demodê (como disse), tão prosaico. Mas estou em êxtase. Feliz, completa. Simples de ver, de ouvir.
Assisto à comédias, ouço músicas dançantes, aprendo o amor em sua forma mais sucinta. Mas não me sinto, não me aprendo, não escrevo.
Prefiro a arte de rir ( a frase mais clichê), do que a arte do autoconhecimento.
Pra quê me conhecer, sob todos os ângulos, sendo que, quando estou feliz, todos me conhecem sob o ângulo mais limpo?
É jogo sujo.
Eu sei.