quinta-feira, 25 de setembro de 2008

- Igual. Quase igual.

Quase tudo começa com quase. As semelhanças são "quase". A vida é um quase, um quase morrer, um quase nascer, um quase.
Eu quase não tenho vontade de vir, e vim, por que ainda me restava o quase.
Estávamos, eu e a vida, apagando algumas memórias quase vivas ainda, e quando percebi que precisaria de vinte CDs para que quase todas fossem guardadas - Quase desisti.
Paranóia com o quase hoje, e não sei bem o motivo. Percebi que essa palavra engraçadinha, é mais imponente do que qualquer outra. As coisas podem ou não acontecer, é aí que entra o "quase", que desmancha o acontecimento, pois o "quase" acontecido - De fato não aconteceu.
Outra perspectiva, esta extremamente pessoal, é que o "quase" se utiliza para que aquilo que desejamos ter ocorrido chegue mais perto da veracidade. É como se quando disséssemos "Quase Ganhei" estivéssemos mais próximos da vitória. Ou "Quase Perdi", traduz o desejo de mostrar a todos que venceu o fracasso. É nítida a presença do quase. Ele é infalível para descrever fatos empolgantes, e sonhos "quase" realizáveis.
O problema, é quando sua vida se torna um amontoado de "quases", que você esconde debaixo da cama para não exibí-los. Escondendo sua coleção brilhante de erros. Quando você se depara com um "quase" logo vem na sua cabeça, que o locutor está mentindo, como: "Eu quase fui na sua casa ontem", não, isso de fato é mentira. E você sabe.
Uma grande besteira, não?
É. Estou sem espírito para ditar coisas. Na verdade estou sem imaginação, mas deixa pra lá, sem espírito e sem imaginação - "São quase iguais".