sexta-feira, 18 de setembro de 2009

- Verossímil.

Dificuldade imensa de assumir-se em todos os erros e acertos.
De cumprir compromissos, de assinalar a certa, dentre as erradas.
De fugir do marasmo, de obter dores.
Dores de apatia, dores de partida.
Se esvai, a possibilidade de continuar sentindo a falta de sentimentos.
A falta de efervecência, de fugacidade.
Dificuldade em resolver problemas, reais, em resolver problemas matemáticos, lógicos, biológicos.
Em guardar o último cigarro para o melhor momento.
Capacidade de acendê-lo na hora exata em que não podia.
Ah, metáforas, antíteses e paradoxos.
Ouvi alguém, num dia próximo a este, dizer Trovadoresco, achei engraçado, mas é tão sintético.
Debochadamente, eu ouvi isso também.
Eu ouço, só ouço, mas o verbo ser / estar, não cabe mais em mim.
Não serve.
Tanta coisa pra viver, e eu aqui, dissertando um "fato inexistente", impalpável, mutável, variável, volúvel.
Não sei se isto é prosa, se é poesia ou se é uma conversa de telefone com alguém que não tenha nada pra fazer, e se dispôs a ouvir.
Eu nem quero acreditar em prosas e poesias.
Eu nunca acreditei,me sinto como Zé Fernandes, como Jacinto Tormes.
Que busca é essa incessante pelo intangível, inexistente?
Definitivamente, eu acredito na incerteza, na indecisão, na relatividade, no Candomblé e nos porquês dessas vidas que me compõem.
Eu sou adepta à loucura, ao enlouquecimento comedido, do medo em querelas, das coisas que não fazem sentido, adepta de mim, da verossimelhança entre eu e Eu.