sábado, 28 de fevereiro de 2009

- Ctrl.

Escorreguei.
Nas palavras não ditas
nas linhas retas de um amor abstrato
no ardor de um ciúme imediato
no pico de uma íngreme desilusão
na fato marcado, na foto amarelada
digitalmente corrigida com leves pinceladas de felicidade
forjada, num cenário debochado, de quem quer fingir amar.
Escorreguei no fim da fila.
Escorreguei no degradê dos sentimentos
No décimo terceiro mandamento
que alguém certamente criará.
Eu deslizei nesse caleidoscópio de imagens fulminantes
Velejante, impactante, e sem nexo em rimar.
Eu escorrego nas palavras, nas bocas de quem fala, e na boca de quem quer beijar.
Deslizo nas mãos de quem persegue, nas mãos de quem me negue o desprazer que me negar.
Eu escorrego nos olhos de quem me vê, e no olho de quem me enxerga.
Eu caio, eu caio, eu caio.
Eu escorrego: a minha mente, delinqüente, quase eloqüente...
que mente. Que mente.

Um comentário:

Unknown disse...

Saudade desses escritos


te amo!