quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

- calda extra.

tô com saudade de mim. saudade daquelas conversas que tinha comigo, das idas e vindas de um boteco estranho, mas tão aconchegante, na minha companhia.
saudade de dormir comigo, e amar comigo, e ser comigo.
não sei, mas esses tempos ando tão distante de mim, e sinto falta do café que eu tomava comigo, quando o "migo" era o bastante pra mim.
quero tomar um banho de chuva comigo, falar comigo, trocar muitas idéias comigo, beber comigo, me ouvir falar por horas sobre meus problemas, comigo tudo era tão sólido. quero comigo, ver beleza em mim, preciso ver beleza. cantar e escrever comigo. quero andar na rua comigo e olhar as pessoas com aquele "olhar" que só eu mesma entenderia, por isso só comigo que àquelas pessoas parecem fazer sentido, por que quando estou comigo sinto que eu entendo todas as minhas insanas piadas, malditas fofocas, pensamentos deliciosamente intrigantes, mas só tem graça comigo.
Comigo, comigo, comigo, comigo, minha alma gêmea. esvazia o sentido, a repetição de mim, sempre esvazia o sentido.

Um comentário:

João disse...

Não faz bom sentido,
tentar correr,
para onde estamos.

não faz sentido o quê?
correr, não chegar
ou o lugar que habitamos?

Por sorte,
você fala contigo.
Por azar
tigo é sempre você.

Assim, afinal, não resista:
- é o "eu" que, sem o "outro"
não fará nunca fez,
jamais faz bom sentido.