sábado, 26 de março de 2016

Rima pobre.

Na cidade de pedra
Se não tem mato, eu me morro
No concreto dos prédios
Se não tem ar, eu me atiro
Na fumaça dos carros
Se não tem pé, eu te peço
Que no sufoco dos dias
Se não tem trégua, eu me entrego
No sofá eu me deixo, e no copo me queixo
Por um pingo de água, por um pingo de apreço
Na cidade do escuro, no horizonte eu me perco
E nas ruas ferventes, nos homens sujos me vejo
Se o tempo eu vendo, no espaço me prendo
Pra pagar o que nego, e dever o que penso.

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