segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

- "( i ) notável" rebeldia urbana.

De volta pra casa. As coisas passam rápido pela janela do trem, eu vejo rabiscos, distorção das imagens.

Naquele muro; alto o suficiente para impedir a entrada de garotos rebeldes (não os sonhos), são escritas coisas, ninguém entende o que quer dizer, ninguém vê, ninguém nota; mas é evidente, são demonstrações rebeldes, rebeldia com causa... ou sem ela. Uma rebeldia que não faz diferença às autoridades, eles nem se quer sabem que são tão sentimentais feito uma carta de amor. E aqueles garotos imploram por um pouco de atenção, em 2 metros de altura, o muro persiste em abrigar as idéias próprias escondidas em símbolos que ninguém consegue decifrar.

É estranho reparar no percurso, ver as gramas mal aparadas, e ninguém nota; ver as ferragens velhas atrapalhando as casas da redondeza, mas, ninguém vê.

Todo percurso é feito num silêncio macabro, e sim, todos falam sem parar. Você pode falar alto e perceptível, mas ninguém vai notar o que diz, porque ali nada é notável, tudo faz parte da rotina.

Pessoas cansadas, olhares distintos, expressões carregadas de tensão, ombros encurvados, olhos fechados - Todos ali, com a maior vontade do mundo de chegar em casa. É por isso que ninguém nota os muros pinchados, a grama mal aparada, as ferragens velhas, as mil conversas paralelas, e as expressões carregadas e até cômicas; porque estão todos ocupados demais consigo mesmo, estão todos buscando algum refúgio interior para aliviar o cansaço.

E os garotos rebeldes, continuarão escrevendo nos muros, até que deixem de ser “inotáveis”.


Um comentário:

mandii. disse...

seres humanos são egoístas.


ps-seus textos não merecem a monotonia de "zero comentários" . (: