segunda-feira, 10 de março de 2008

- Dez ilusões.

Pior do que a dor do Adeus só poderia ser mesmo o aviso prévio deste.
A estação estava cheia, e o barulho zunia no ouvido dela, afastando a concentração do que planejava. Pensava no telefonema do dia anterior, e refletia sobre o que havia dito com o coração livre de arrependimentos. Seria fútil dizer que foi fácil - Não foi.
Cada estação que passava ia aumentando sua espectativa de ver o ato concretizado, e a cada porta que se abria do veículo ia dando a sensação de querer um cigarro e café para amenizar suas dúvidas (talvez).
Faltavam ali pouco mais de 5 minutos, e sua mão já soava frio, sentia borboletas fazendo barbúrdia no seu estômago, preferiu pensar ser por conta do cachorro quente que comera um pouco antes.
Pronto, ali estava, sozinha; uma noite estrelada e com uma brisa leve, fria. À essa altura, tinha ninguém na estação, por um tempo sentiu um fervor subindo-lhe a espinha, mas sentou-se no banquinho que muitas vezes estivera totalmente ocupado, e hoje não teria de disputar com ninguém o banco preferêncial. Foram os próximos 25 minutos olhando para o nada, queimando até o filtro suas esperanças.
Desistindo do quê viera fazer, virou-se em direção à saída, e sentiu um cheiro familiar, olhou para trás, não viu o que queria ver. Sim era proibido fumar ali, foi o que o guardinha noturno disse; jogou fora o cigarro quase acabado, e calou-se diante a placa que noticiava o fato. Não havia mais nada que pudesse ser feito, ela sabia disso. Deu a meia volta e engolindo seu orgulho atravessou a rua, e deu sinal pro ônibus vazio ... repleta de insegurança.

3 comentários:

Unknown disse...

Que menina fraca.

hauhauahuahuaha

ti amo!

Iuri Gabriel disse...

Agora, integralmente conhecida (:

mandii. disse...

eu tenho uns amigos que tinham um blog chamado dez ilusões.
ele acabou.
mas ainda existe (:
eu amei o texto,de novo.