sábado, 19 de abril de 2008

- Dois.

Discos e livros que queria ter. Eles nem fazem mais tanto sentido quanto antes.
A inspiração diária foi dar uma volta na esquina, e tudo parece tão opaco.
Quando olho as luzes vermelhas dos carros, se encontrando com o horizonte (indefinido), começo então a pensar na vida. Tudo passa pela cabeça embaralhando as cartas que achei ter como triunfo.
É tão intenso o céu misturado com aquela cor "meio vermelho meio rosa", me dá uma sensação de liberdade (condicional), parece que meus dias se honram quando o sol se esconde por detrás das casas.
Falar em primeira pessoa é estranho, parece que falo como se fosse eu a personagem na história. Não, não sou.
Os dramas, as meninas, as estórias; são elas reais? As vezes confundo a minha realidade com a realidade que gostaria de ter. Tudo vira uma coisa só, e eu me perco nas mil personalidades que atribuo a cada uma das sensações descritas ou impostas à uma "ela".
Acho mesmo que virei Macabéia, acho mesmo que encontrei a Via Crucis. Achei a minha alma num lugar bonito (a minha estrela tem hora marcada para surgir).
A felicidade amedronta, faz as pernas bambearem, traz o medo de perdê-la, a vontade de tê-la cada vez mais e em porções maiores. Não dá pra se contentar com as migalhas que ela oferece, ela coloca o mel nos nossos lábios sutilmente, e quando se pensa que vai se deliciar com o pote todo, ela arranca das mãos a recompensa pela paciência.
Não é tristeza, não é reclamação, talvez nem seja real.
Hoje senti medo, medo por mim e medo por nós. Por mim, senti a necessidade de permanecer, por nós senti a vontade de viver.
Não estou optando por você ou só por mim, opto pelo plural.
As coisas podem se resumir em sonhos, talvez seja exatamente ao contrário. Os sonhos podem se resumir em coisas. Na verdade, acho que sou covarde demais para admitir minha fraqueza. Assumir a minha redenção.
Não, não é vida pessoal, não sou eu quem fala aqui. Lê-se as palavras das garotas dos textos anteriores, esse é mais um conto, mais uma estória para amenizar a necessidade.
No final, a mocinha se deita no sofá, e pensa nas conversas agradáveis dos dias anteriores, e por transmissão de pensamento, ela fecha os olhos e vê diante de si os olhos negros (que ela tanto preza nele) perdidos em algum lugar fixo daquela avenida.

Um comentário:

Unknown disse...

Não tenhás medo criança.

Depois tudo se resolve.

Ou tudo acaba. Rs . Brincadeira.

Eu te amo mais do que havia vivido, qualquer tipo de amor.

E os méritos são todos seus.


Beijo, daqueles que te deixa vermelha.